Mercado financeiro revê para cima a projeção de inflação em 2012

Pela 13ª vez seguida, analistas elevam a expectativa para o IPCA neste ano, de 5,36% para 5,42%

BRASÍLIA - O mercado financeiro elevou pela 13ª semana consecutiva a projeção de inflação medida pelo IPCA em 2012, que passou de 5,36% para 5,42% na semana passada, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. Há quatro semanas, estava em 5,24%.

Para 2013, a projeção caiu de 5,48% para 5,44%. Há quatro semanas, estava em 5,54%. A projeção de alta da inflação para os próximos 12 meses recuou de 5,52% para 5,50%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,67%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2012 no cenário de médio prazo subiu de 5,31% para 5,44%. Para 2013, a previsão dos cinco analistas segue em 4,99%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 5,24% e de 5,20% para cada ano, respectivamente. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em outubro segue em 0,50%, acima do 0,48% previsto há um mês.

Já a previsão de crescimento da economia brasileira em 2012 foi mantida em 1,57% pela terceira semana seguida na pesquisa Focus. Há quatro semanas, a projeção estava em 1,62%. Para 2013, a aposta se manteve em 4% pela nona semana.

A projeção para o desempenho do setor industrial em 2012 continua negativa e passou de -1,92% para -2,00%. Para 2013, economistas preveem avanço industrial de 4,15%, acima da projeção de 4,10% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de retração de 1,89% neste ano e de expansão de 4,5% no próximo ano.

Analistas reduziram ainda a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2012, de 35,50% para 35,25%. Para 2013, a projeção segue em 34%. Há quatro semanas, as projeções estavam em, respectivamente, 35,37% e 34% do PIB para cada um dos dois anos.

Juros

A mediana das estimativas para o patamar da taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana mostra estabilidade nos juros. Analistas projetam manutenção da taxa nos atuais 7,50% ao ano nesta e na última reunião do comitê, marcada para novembro. Para o fim de 2013, a projeção se manteve em 8% ao ano.

A pesquisa mostra ainda manutenção das expectativas para o juro médio neste ano em 8,53%. Para 2013, a previsão de Selic média passou de 7,58% para 7,56%. Quatro pesquisas antes, analistas esperavam juro médio de 8,47% em 2012 e de 7,63% no ano que vem.

Nas estimativas do Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para a Selic no cenário de médio prazo se manteve em 7,25% no fim de 2012, o que indica expectativa de mais um corte de juros na reunião do Copom desta semana. Para o fim de 2013, a projeção caiu de 7,88% para 7,25%.

Câmbio

As projeções para a taxa de câmbio no fim de 2012 e de 2013 se mantiveram em R$ 2,00 pela nona semana seguida nas estimativas dos analistas consultados na pesquisa Focus. Para o fechamento de outubro, a mediana das expectativas ficou em R$ 2,02.

Na mesma pesquisa, o mercado financeiro manteve a previsão de taxa média de câmbio de R$ 1,95 em 2012. Para o ano que vem, a projeção foi mantida em R$ 2,00. Há um mês, a pesquisa apontava que a expectativa de dólar médio estava em R$ 1,95 em 2012 e em R$ 2,00 em 2013. A mediana das projeções para o câmbio dos analistas do Top 5 médio prazo ficou em R$ 2,05 para o fim de 2012. Para o fechamento de 2013, a expectativa se manteve em R$ 2,10.

Déficit em conta corrente

O mercado financeiro reduziu a previsão de déficit em transações correntes neste e no próximo ano. A Focus mostrou que a mediana das expectativas de saldo negativo na conta corrente em 2012 caiu de US$ 57,75 bilhões para US$ 56,10 bilhões. Há um mês, estava em US$ 59,20 bilhões. Para 2013, a previsão de déficit nas contas externas recuou de US$ 70 bilhões para US$ 68,16 bilhões.

Na mesma pesquisa, economistas mantiveram a estimativa de superávit comercial em 2012 em US$ 18 bilhões. Quatro semanas antes, também estava em US$ 18 bilhões. Para 2013, a projeção subiu de US$ 14,20 bilhões para US$ 14,57 bilhões. Há quatro semanas, estava em US$ 14,57 bilhões.

A pesquisa revelou ainda que as estimativas para o ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED), aquele voltado ao setor produtivo, subiu de US$ 57 bilhões para US$ 58,8 bilhões em 2012. Para 2013, a expectativa de ingresso de IED ficou em US$ 60 bilhões. Há um mês, analistas esperavam entrada de US$ 55 bilhões em 2012 e US$ 58 bilhões em 2013.

IGPs

A maioria das projeções para os IGPs em 2012 e 2013 ficou praticamente estável na pesquisa. No levantamento divulgado nesta segunda-feira, a aposta para o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) ficou em 8,74%, interrompendo uma sequência de 14 altas seguidas.

Para o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que corrige a maioria dos contratos de aluguel, a expectativa ficou em 8,60%. Para 2013, a estimativa de alta para o IGP-DI ficou em 5,38%. Para o IGP-M, a expectativa caiu de 5,27% para 5,25%.

A pesquisa também mostrou que a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) em 2012 subiu de 4,46% para 4,48%. Há um mês, a expectativa dos analistas era de alta de 4,31% para o índice que mede a inflação ao consumidor em São Paulo. Para 2013, a mediana das estimativas para o IPC da Fipe passou de 4,90% para 4,91%. Há quatro semanas, estava em 4,80%.

Economistas elevaram ainda a estimativa para o aumento do conjunto dos preços administrados - as tarifas públicas - para 2012 de 3,45% para 3,50%. Para 2013, a projeção foi mantida em 4%.

fonte: Estadão